O que é coleta seletiva?
Coleta seletiva é a coleta diferenciada de resÃduos que foram previamente separados segundo a sua constituição ou composição. Ou seja, resÃduos com caracterÃsticas similares são selecionados pelo gerador (que pode ser o cidadão, uma empresa ou outra instituição) e disponibilizados para a coleta separadamente.
De acordo com a PolÃtica Nacional de ResÃduos Sólidos, a implantação da coleta seletiva é obrigação dos municÃpios e metas referentes à coleta seletiva fazem parte do conteúdo mÃnimo que deve constar nos planos de gestão integrada de resÃduos sólidos dos municÃpios.
Por que separar os resÃduos sólidos urbanos?
Cada tipo de resÃduo tem um processo próprio de reciclagem. Na medida em que vários tipos de resÃduos sólidos são misturados, sua reciclagem se torna mais cara ou mesmo inviável, pela dificuldade de separá-los de acordo com sua constituição ou composição. O processo industrial de reciclagem de uma lata de alumÃnio, por exemplo, é diferente da reciclagem de uma caixa de papelão.
Fardos de latas em uma cooperativa de catadores (Belo Horizonte/MG) |
Papelão sendo prensado em cooperativa de catadores (Belo Horizonte/MG) |
Por este motivo, a PolÃtica Nacional de ResÃduos Sólidos estabeleceu que a coleta seletiva nos municÃpios brasileiros deve permitir, no mÃnimo, a segregação entre resÃduos recicláveis secos e rejeitos. Os resÃduos recicláveis secos são compostos, principalmente, por metais (como aço e alumÃnio), papel, papelão, tetrapak, diferentes tipos de plásticos e vidro. Já os rejeitos, que são os resÃduos não recicláveis, são compostos principalmente por resÃduos de banheiros (fraldas, absorventes, cotonetes…) e outros resÃduos de limpeza.
Há, no entanto, uma outra parte importante dos resÃduos que são os resÃduos orgânicos, que consistem em restos de alimentos e resÃduos de jardim (folhas secas, podas…). É importante que os resÃduos orgânicos não sejam misturados com outros tipos de resÃduos, para que não prejudiquem a reciclagem dos resÃduos secos e para que os resÃduos orgânicos possam ser reciclados e transformados em adubo de forma segura em processos simples como a compostagem. Por este motivo, alguns estabelecimentos e municÃpios tem adotado a separação dos resÃduos em três frações: recicláveis secos, resÃduos orgânicos e rejeitos.
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Coleta seletiva em 3 frações em um camping (Florianópolis/SC) |
Quando esta coleta mÃnima existe, os resÃduos recicláveis secos coletados são geralmente transportados para centrais ou galpões de triagem de resÃduos, onde os resÃduos são separados de acordo com sua composição e posteriormente vendidos para a indústria de reciclagem. Os resÃduos orgânicos são tratados para geração de adubo orgânico e os rejeitos são enviados para aterros sanitários.
Como funciona a coleta seletiva?
As formas mais comuns de coleta seletiva hoje existentes no Brasil são a coleta porta-a-porta e a coleta por Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). A coleta porta-a-porta pode ser realizada tanto pelo prestador do serviço público de limpeza e manejo dos resÃduos sólidos (público ou privado) quanto por associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis. É o tipo de coleta em que um caminhão ou outro veÃculo passa em frente à s residências e comércios recolhendo os resÃduos que foram separados pela população.
Já os pontos de entrega voluntária consistem em locais situados estrategicamente próximos de um conjunto de residências ou instituições para entrega dos resÃduos segregados e posterior coleta pelo poder público.
Qual a diferença entre Coleta Seletiva e LogÃstica Reversa?
A logÃstica reversa é a obrigação dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinados tipos de produtos (como pneus, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes…) de estruturar sistemas que retornem estes produtos ao setor empresarial, para que sejam reinseridos no ciclo produtivo ou para outra destinação ambientalmente adequada.
Enquanto a coleta seletiva é uma obrigação dos titulares dos serviços de manejo de resÃduos sólidos (poder público), a logÃstica reversa é uma obrigação principalmente do setor empresarial pois, em geral, tratam-se de resÃduos perigosos.
Em novembro de 2015, o Governo Federal assinou com representantes do setor empresarial e dos catadores de materiais recicláveis o acordo setorial para a logÃstica reversa de embalagens em geral. Este é um acordo no qual o setor empresarial responsável pela produção, distribuição e comercialização de embalagens de papel e papelão, plástico, alumÃnio, aço, vidro, ou ainda pela combinação destes materiais assumiu o compromisso nacional de cumprir metas anuais progressivas de reciclagem destas embalagens.
Em sua fase inicial de implantação (24 meses) esse sistema priorizará o apoio a cooperativas de catadores de materiais recicláveis e a instalação de pontos de entrega voluntaria de embalagens em grandes lojas do comércio. O sistema também traz a possibilidade de integração com a coleta seletiva municipal, nesses casos devem ser feitos acordos especÃficos entre o setor empresarial e os serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resÃduos sólidos dentro da área de abrangência do acordo setorial e os operadores do sistema de logÃstica reversa.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente